quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Caiando ideias




A tua mente encontra-se em ebulição?
Ou é só a minha?

O luxo a fervilhar-me nas veias...
Como ondas que se sublevam....
Pinturas caiadas, em imagens perdidas... Reconquistadas...
O colo familiar...
O calor do abraço cedido, pelo homem da tua vida...
Quem será ele? Não me importa que não saibas… Desde que eu assim o sinta… Desde que eu me continue a expressar… E ele tenha consciência do que é para mim…
O meu orgulho escondido igualando mil e uma palavras sem sentido
A palavra cravada em cada célula plasmolisada da minha humilde existência: “Família”
Contudo, paro e penso. Se a considerar humilde, continuará a ser assim?
Então serei rebelde...
Mas, da mesma forma, ao ser assim considerada, manter-me-ei fiel ao conceito?
Então serei...
Apenas isso...
O que interessa é que seja...
Continuarei a caiar o que entender…
A cal torna tudo perceptivamente mais extenso, mais apaziguante…
E há sentimentos que eu quero que se continuem a expandir em mim… como o Big Bang expandiu o universo… A cal expande a dimensão do meu eu interior, para que eu possa lá colocar os meus pensamentos, as minhas coisas…
O meu Big Bang interno…

E agora? Terás a mente em ebulição?
Ou será apenas a minha?
O que interessa… vou continuar a caiar…

=)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Aparências

Foto: Emanuel Oliveira http://olhares.aeiou.pt/stupid/foto1497410.html


Aparência... Transmitida por traços que demarcam um determinado estilo, que revelam gostos e preferências, que fazem espreitar uma determinada personalidade...
Traços de vaidade e dedicação pelo eu, ou não.
Traços que podem esconder o que, de facto, importa... Que podem camuflar a persona que existe no nosso interior.
E que tantas vezes grita em código de Morse, na esperança de ser ouvida...
Grita até ficar sem voz, aprisionada na nossa carne.
Por vezes gritos de alegria, outras vezes lágrimas que ardem cada vez que alcançam o chão...
Talvez esta pintura que nos cobre, pudesse ser mais vezes limpa, deixando raiar o brilha que cada um de nós liberta...
Talvez devesse ser de uma camada mais fina, para que assim, pudéssemos simplesmente controlar a persona, cujo habitat é a nossa pele... Para beneficiar mais o "agora"...
Para que não tivéssemos que reflectir tantas vezes no "ontem", corrigindo o que deveríamos ter libertado e não libertamos...
Ao invés de a sufocarmos em palavras perdidas, antagónicas aos nossos sentidos...
Ao invés de a sufocarmos em gestos cínicos...
Ao invés de criarmos ideias espontâneas, para dar lugar aos pensamentos que dela advêm...
Talvez devêssemos ser concebidos inversamente... A Aparência localizada no nosso núcleo e a alma cobrindo-nos externamente... Uma aparência que guardasse e protegesse os nossos órgãos vitais e uma alma que guardasse e protegesse a nossa mente.
Uma aparência que envolvesse e escondesse os nossos órgãos tão bem como envolve e esconde os nossos sentimentos e pensamentos... E uma alma que nos faça viver e sentir a vida da mesma forma que nos define a felicidade como trajecto de conduta...

Sara C.Rodrigues

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Rostos




Houve um dia em que olhei para o interior de mim
E reconheci rostos recheados de alma
Reconheci rostos segredando partilhas
Reconheci que nesses rostos existiram várias momentos de euforia aguda...
Reconheci que neles eram derramadas lágrimas sentidas, agradecidas...
Reconheci uma linha milimétrica, quase invisível, mas tão forte como o aço, que os unia...
E estes rostos vão largando pedaços deles em mim...
E eu vou deixando restos de mim neles...
Continuou a olhar
Quero apenas continuar a deixar pedaços de mim...
E a sentir pedaços dos outros na minha carne
Pois cada pedaço deles, me torna diferente...
Me faz sentir renascer...
Estes rostos são as faces amigas de uma moeda
São a minha moeda de ouro
São os gestos, as palavras...
São as carícias e as palmadas
São a amizade simples e pura...






Sara C. Rodrigues

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O nosso Ponto de Massa





As fases da lua passam, influenciando as marés…
E tal como a terra e a lua, que têm um ponto intermédio em comum cujas orbitam…
Também nós temos um ponto de massa, em torno do qual nos deslocamos…
E o nosso movimento circular em torno dele, exerce uma força centrífuga em tudo o que nos compõe…
E enquanto o ponto de massa cujo a terra e a lua orbitam provocam um efeito mínimo na superfície do planeta azul….
O ponto que olhamos de esguelha enquanto lhe damos uma volta e outra…
Provoca um tornado no nosso mundo…Remexe as nossas entranhas…
Faz-nos sorrir, faz-nos chorar ou até ambos…
Faz-nos pensar…
Entristece-nos, antes de nos fazer feliz…
Então, tentamos abrandar…
Para que as dores que toda esta força fomenta, atenuem…
Para que as feridas cicatrizem…
Até novas feridas se conceberem…
Para que possamos arranjar uma forma de terminar este percurso circular em volta “dele”…Para que ao invés de andar em círculos, possamos seguir uma linha recta de evolução…
Um caminho que nos devolva à inocência…
Que nos devolva à vida…

sexta-feira, 8 de junho de 2007

A amizade: Uma virtude Intrínseca à vida




A amizade é uma virtude de grande importância para o ser humano, pois nesta ao estarem incluídas outras virtudes como a pureza, a tolerância, a confiança, a justiça, a humildade, a simplicidade, a doçura, entre muitas outras, vai despertar um bom comportamento social neste.

A verdadeira amizade existe por um número muito reduzido de pessoas. Não é algo geral, nem se constrói instantaneamente, antes constitui-se progressivamente e ao longo da vida.
Actualmente penso que há uma regularidade na tendência que existe em confundir amigo com colega, ou até conhecido. No entanto são três conceitos completamente distintos, pelo que, não existe nenhuma associação possível entre amigo e colega, nem amigo e conhecido.

A amizade é um sentimento essencial à vida humana, pois caso não exista o sentimento de amizade dentro das pessoas, estas tornam-se frias e muito sofridas, encarando a vida com um peso muito maior do que realmente é necessário, quando na verdade há muita coisa positiva que se pode retirar das nossas vivências diárias, que na presença de uma amigo se tornam muito mais evidentes.

Penso até, que as pessoas deveriam questionar-se mais vezes sobre o que é a amizade, um conceito tão bonito e que tem um efeito bastante enriquecedor para a personalidade quando real e verdadeiro.


Mas... O que é uma virtude?


Normalmente as pessoas não tendem a questionar-se sobre o que é uma virtude, pois temos este conceito adquirido pelo senso comum. No entanto considero importante esclarecer este conceito, que por tantas vezes é equivocado.
A palavra virtude tem origem etimológica grega aréte, que posteriormente se traduziu para latim como virtus que é a sua raiz na língua portuguesa. Note-se que nas culturas orientais a noção de virtude surgiu no séc. XX a.C. como sendo a capacidade de realizar ou oferecer vida.
A virtude é, o hábito que dispõem as potências humanas para proceder bem, para o que é justo, uma excelência moral, é o conjunto de todas as boas qualidades morais, castidade, austeridade ( Grande dicionário da Língua Portuguesa ). Virtude é um traço de carácter valorizado socialmente, que segundo Aristóteles é definida como a disposição adquirida para fazer o bem. Para este, as virtudes são aperfeiçoadas com o hábito (Ética a Nicômaco).


A amizade....


A amizade tem origem numa necessidade do homem: a necessidade de comunicar. Todo o ser humano necessita estar em contacto com outro alguém, pois a comunicação é uma característica que faz parte da essência humana e uma necessidade social fundamental. No domínio das virtudes humanas, amizade destaca-se com uma relação sentimental essencial entre os seres humanos. Sem ela, tornamo-nos frios, vegetamos. Com ela, sentimos aumentada a nossa capacidade de enfrentar as dificuldades inerentes à vida.
A amizade em sentido lacto, é a qualidade de amigo, afeição, ligação; sentimento que afeiçoa ou liga duas pessoas; reciprocidade de afecto. Sendo que amigo é uma pessoa que quer bem a outra, que tem gosto por alguma coisa, companheiro, colega, defensor, protector (Grande dicionário da Língua Portuguesa). A amizade confere deveres a cumprir, bem como responsabilidades.


"Não creias que, rompida uma amizade, não tenhas mais deveres a cumprir. São os deveres mais difíceis, nos quais só a honradez te sustenta. Deves respeito à antiga amizade. Deves abster-te de tornar as brigas públicas e de falar delas, a não ser para justificares-te.” (LAMBERT, Anne-Therese; Tratado da Amizade)


É um sentimento de simpatia recíproca entre duas ou várias pessoas independentes de um vínculo sexual ou de parentesco. É uma ligação de grande confiança, que lhes dá o estatuto de confidente, isto é, uma pessoa que escuta activamente, desejos, sentimentos, situações de alegria de mau-estar e sofrimento, sem discutir seja o que for com outra pessoa que não o seu confidente.


"Na verdadeira amizade, dou-me ao meu amigo mais do que dele quero para mim.” (MONTAIGNE, Michel de)

Esta concepção muito forte da amizade tal como a descreve este filósofo francês, é considerada desde a antiguidade como a própria expressão da felicidade. Trata-se de ultrapassar o simples domínio da simpatia. ( http://ocanto.webcindario.com/lexa.htm )
Tendo em conta a sua dimensão política, a amizade entre cidadãos é a condição de bem-estar na cidade, pelo que, o mundo comum passa a ser objecto de diálogo.

Assim, devido ao diálogo em conjunto, se humaniza o mundo e se aprende a ser humano (...).

domingo, 29 de abril de 2007

Futuro: Criação ou determinação?




A minha reflexão de hoje, prende-se com um assunto que será: o viver amanhã.
Neste sentido coloco duas questões: Seremos nós capazes de criar o nosso próprio futuro? Se assim for, estaremos nós a prevê-lo?

Eu considero que o nosso futuro é nada mais nada menos que o reflexo da nossa opção, quanto ao melhor caminho a tomar, isto de entre tantas. É nada mais nada menos que a projecção das consequências advindas das nossas escolhas passadas. Assim, tendo em conta que o futuro se trata de um conjunto de fenómenos correspondestes a causas, que por sua vez, também já foram fenómenos de causas mais antigas, e por aí sucessivamente, poderíamos dizer que, tendo nós opção de escolha, controlamos o nosso futuro.
Contudo, até que ponto seremos nós livres de escolher? Até que ponto serão as nossas escolhas condicionadas pela sociedade? Até que ponto seremos livres?

A resposta está que, embora sejamos livres de optar por realizar uma acção, ou não, esta é condicionada por regras. Regras estas, impostas pela sociedade em que vivemos, consequentemente, pela ética, pela responsabilidade cívica e legal, entre tantos outros factores, que são interceptados por nós desde o nosso primeiríssimo olhar sobre o mundo.

Logo, seguindo esta linha de raciocínio, penso que, de certa forma, este condicionamento leva a um possível determinismo. Se eu matar um homem serei presa, assim sendo, opto por não o matar… Se passar um vermelho, corro o risco de ter um acidente, opto por não o fazer… Se a égua nasce, mais tarde dará à luz um cavalo… Se hoje é Outono, mais tarde será Inverno… Mas não seriam esta opções, as mais prováveis? Note-se que me refiro a meras probabilidades. Obviamente que nada é assim tão linear, pelo que vigora, impreterivelmente, a incerteza.

Seremos nós capazes de criar o nosso próprio futuro?
Por um lado sim, uma vez existirem premissas que na realidade terão, efectivamente, que ocorrer. Uma vez termos a liberdade de optar por um entre diversos caminhos possíveis.
Por outro lado, existe um limite muito restrito de liberdade, e uma imensidão de relatividades.
Em suma, essa será uma pergunta à qual não será possível responder com os dados que temos actualmente.

Poderemos nós prever o futuro?
Ainda não é possível sabe-lo. E se for, teremos que nos reger pela fé e não pela ciência, pois actualmente regulamo-nos apenas por teorias, e não por factos comprovados.
Todavia, para obtermos respostas temos que reflectir acerca das questões que se levantam, só assim caminhamos para a verdade.


Continuação de um óptimo fim de semana

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Medir a palavra? Será actualmente utilizada esta prudência?




Olho em meu redor…
Tento não realizar juízos de valor…
Tento abstrair-me, e em vez disso dar o benefício da dúvida…
Tento compreender as acções, o significado das palavras…
Não o que elas encerram enquanto símbolos da comunicação…
Não defini-las com sinónimos…
Mas antes, decifrar o seu simbolismo enquanto fonte de intelecto, enquanto promotoras de efeitos…
Enquanto mecanismo de segurança, ou até mesmo enquanto instrumento cortante, perfurante ou contundente, utilizado para ferir, ameaçar, ou até mesmo matar, qualquer cariz positivo que resida nestas paredes biológicas…
Alcançar a verdadeira razão por que são proferidas…
Quais os pensamentos que as desencadeiam?
Quais os sentimentos activos em cada palavra isolada?
Qual a ligação destas, com as atitudes posteriori?
Sim… Porque na maioria das vezes as palavras e as acções estão muitíssimo carentes de sentido… quase como se nenhum linha invisível as ligasse…
Existirá mesmo esta linha de ligação?
Ou apenas uma lacuna?